Algumas pessoas me perguntam qual
a melhor opção de transporte em Santiago.
Às vezes, irritam-se com minha resposta: “Depende!!!”
É isto mesmo! Depende de tantos
fatores, muitos deles de ordem tão pessoal, que não existe uma resposta pronta.
Aliás, isto vale para muitos
destinos: é claro que não recomendaria a alguém conhecer o Rio de Janeiro através
de um metrô que liga nada a lugar nenhum (e com tantas paisagens lindas, não
vale se enfiar embaixo da terra)... Mas a cidade tendo estrutura, tudo é
possível.
A meu ver, a escolha do
transporte em uma viagem depende de:
·
Tempo disponível na cidade
·
Roteiro: locais próximos uns dos outros ou
distantes
·
Muito importante! Hábitos de transporte da
família na sua própria cidade e/ou em viagens: costumam caminhar muito, só
andam de carro...
·
Orçamento da viagem vs. preços do local de
destino
·
Estrutura do transporte público na cidade
·
Criança com carrinho
·
Alguém com mais idade ou dificuldade de
locomoção no grupo
·
Época do ano: frio, chuva, sol...
Mas posso dar uma ajudazinha... Meu
papel neste post será o de mostrar as alternativas em Santiago com algumas
pitacadas pessoais, para que a família escolha aquela que mais se adapta ao seu
estilo.
METRÔ
Dá para visitar as atrações
turísticas tranquilamente, conjugando metrô
e caminhadas em Santiago.
A cidade é plana, fácil de caminhar e sempre há
uma estação por perto dos pontos turísticos - no Centro, eles são próximos uns
dos outros.
A rede é bem servida, mais de 100
estações – veja aqui. O site tem inclusive uma página bacana para ajudar no
planejamento da sua visita, clique aqui.
Dica: evite ao máximo o horário do rush. Acredite em mim: é infernal... Os vagões ficam tipo “ninguém
entra, ninguém sai”!
Ah, a pronúncia é “métro” ;)
PREÇO
Varia
entre $560 e $670 pesos (entre R$2,20 e R$ 2,70) conforme o horário – veja aqui.
Sem dúvida, uma opção bem econômica.
RECOMENDO
ü Para
turistar na região central da cidade.
ü Se
as crianças não estão acostumadas a andar de metrô no dia-a-dia, pode ser
divertido!
NÃO RECOMENDO
ü Com
carrinhos de bebê ou pessoas com dificuldade de locomoção, pois, algumas estações
possuem muitas escadas e, por serem antigas, não têm elevador.
ü Locais
mais afastados do Centro: as estações não são próximas das coisas, o que
demanda longas caminhadas por lugares, às vezes, desertos. Um bom exemplo disto
é o Museo Interactivo Mirador – não vá de metrô, achei a caminhada longa e
tensa! Melhor carro (estacionamento grátis) ou táxi.
ü Se
o roteiro for apertado: muitos passeios x pouco tempo.
TÁXI
Os táxis são pretos com capotas amarelas |
O taxímetro tem que estar visível e só podem fazer preços
fechados para outras cidades ou lugares mais distantes.
Dica: neste site aqui, você pode calcular os valores de suas
corridas.
Mais econômicos, são os “colectivos”, taxis coletivos, que têm roteiro
pré-definido (exposto no painel) e preço fixo, tipo as vans brasileiras. Costumam sair das estações de metrô.
PREÇO
Base de $ 250 pesos (R$ 1) + cerca
de $100 pesos (R$4) a cada 200m percorridos.
RECOMENDO
ü No
caso de um roteiro apertado: muitos lugares x pouco tempo.
ü Para
visitar locais mais afastados do Centro que não tenham metrô por perto.
ü Para
ir a Viña/Valparaíso ou vinícolas com mais liberdade e conforto – neste caso,
atenção ao preço. Pode sair caro!
ü Se
estiver muito frio, entre junho e agosto normalmente. É desconfortável andar
pelas ruas sentindo frio, né? O mesmo vale para o calor forte de janeiro e
fevereiro.
NÃO RECOMENDO
ü Para
visitar as atrações do Centro (melhor mesmo é o metrô neste caso).
ü Para
subir às estações de esqui. Acho as agências mais seguras.
ü Para
quem pretende economizar – em especial as viagens aos arredores, podem ser
caras.
CARRO
Símbolo de estacionamento no Chile: Parking |
Estacionar é relativamente fácil em Santiago (exceto no Centro), tanto na rua quanto nos grandes estacionamentos
públicos. O GPS ajuda a encontrar o estacionamento mais próximo de onde você
quer ir.
Estacionamentos não costumam ser caros (aliás, até pouco tempo, nem eram pagos em shoppings e supermercados – acreditam?!?)
Estacionamentos não costumam ser caros (aliás, até pouco tempo, nem eram pagos em shoppings e supermercados – acreditam?!?)
Alguns cuidados:
·
Solicitar cadeirinhas
de segurança para as crianças. A lei chilena diz que crianças até 4 anos
devem estar na cadeira e, entre 5 e 10 anos, em um booster (assento de elevação). É proibido levar menores de 8 anos
no banco da frente. É lei, mas mesmo que
não fosse, questão de segurança é inegociável!
·
Checar se o hotel
tem estacionamento (no Centro, é raro ter) e se cobra a mais por isto ou
exige reserva prévia.
·
Lei seca:
tão ou mais rigorosa quanto a nossa!
·
Horário
do rush: o trânsito em Santiago é
bem pesado, planeje-se para não se deslocar nestes horários.
·
Regras
bem complicadas dos pedágios nas chamadas “autopistas” – você passa por
sensores, é multado por não ter pago o pedágio (não há cabines!) e nem sabe! Informe-se
com a locadora.
PREÇO
Varia conforme modelo, mas começa
em cerca de R$ 100, os básicos.
GPS: $6.000 pesos / dia (R$24)
Para comprar, um booster custa uns $10.000 (R$ 40) e uma cadeira
sai a partir de $30.000 (R$ 120) – vejam uma ideia aqui no site da loja
Falabella. No caso do booster, vale mais
a pena comprar um do que alugar.
Cadeira crianças: $6.000 pesos
adicionais / dia (R$24).
Estacionamento: referência Shopping
Parque Arauco: $300 pesos / hora (mais ou menos R$1,20)
Neste site aqui, você pode
comparar tarifas e alugar carros (preço em reais) e no link aqui, você acessa as locadoras
que atuam no aeroporto.
RECOMENDO
ü Para
quem preza conforto e liberdade de horários.
ü Para
conhecer os arredores de Santiago: Viña del Mar, Valparaiso, Cajón del Maipo,
vinícolas. Ressalvas: no verão, fica bem complicado estacionar em Viña
(há um estacionamento público no Centro e, mais adiante, uma opção é parar no
Shopping Marina Arauco). Valparaíso é cheia de ladeiras de paralelepípedos - se
preferir, deixe o carro no estacionamento público da parte plana (Plaza
Victoria) e suba de ascensor
(bondinho). Lembrando que as agências têm passeios para esta região.
ü Se
o roteiro for apertado: muitos passeios x pouco tempo.
ü Aconselhável
também para crianças bem pequenas ou famílias com mais crianças (aqui é beeem
pessoal... há crianças acostumadas a ir pra cima e pra baixo com os pais desde
bebês).
ü Se
estiver muito frio, entre junho e agosto normalmente. É desconfortável andar
pelas ruas sentindo frio, né? O mesmo vale para o calor forte de janeiro e
fevereiro.
NÃO RECOMENDO
ü Para
visitar as atrações do Centro (melhor mesmo é o metrô neste caso).
ü Para
subir às estações de esqui: dirigir na neve, com todas aquelas pequenas curvas
fechadas, pode ser perigoso para quem não está acostumado – sem contar o tira e
põe das correntes nos pneus.
ü Para
quem não pretende gastar muito.
ü Para
aqueles que não curtem dirigir.
ÔNIBUS
Como sempre dei preferência ao
metrô para escapar do trânsito, acabei não usando ônibus na cidade. No site da Transantiago, você
encontra mais informações – clique aqui.
Para ir a Viña del Mar/ Valparaíso, é uma alternativa extremamente
econômica e rápida.
Saem ônibus a cada 15 minutos do terminal Alameda (Av. Bernardo
O'Higgins 3570) , estação de metrô Universidad de Santiago -e clique aqui no site da Turbus, que faz o percurso.
As estações de esqui Farellones/El Colorado oferecem transporte próprio
saindo de Santiago (shopping Omnium – Av. Apoquindo, 4900 local 48), com partidas
contínuas entre 7:30 e 9:30h e retorno entre 16:00 e 17:30h – mais detalhes,
clique aqui.
Nunca usei, mas me parece uma
excelente alternativa em termos de preço!
A tarifa urbana base é de $ 590
pesos (cerca de R$ 2,40), mas varia conforme horários e combinações com metrô
ou outros ônibus – veja aqui.
O ônibus entre Santiago – Viña/Valparaíso
custa a partir de $1.900 (uns R$8)
Santiago – Farellones/El Colorado
custa $ 12.000 (R$ 48) ida e volta ou $ 7.000 (R$28) só um trecho.
ÔNIBUS TURÍSTICO
Este ônibus turístico é de uma grande agência local, a TURISTIK.
Funciona no seguinte esquema: um
roteiro com pontos pré-definidos, paga-se um valor por pessoa e você entra e
sai quando quiser ao longo do dia.
São 13 paradas entre parques,
museus, shopping centers (mapa aqui), funciona das 9:30h às 18:00h e conta com
um guia, que vai apresentando os lugares.
Ah, ele é vermelho e tem dois andares – sinta-se em Londres ;)
Dá para comprar o ticket on line, com um descontinho, clique aqui (em português).
PREÇO
ü $20.000
pesos por pessoa (cerca de R$80)
RECOMENDO
ü Para
as crianças, pode ser bem divertido passear no andar de cima.
ü Para
quem tem pouco tempo na cidade.
ü Para
quem não quer se estressar pensando em como chegar aos lugares tradicionais.
NÃO RECOMENDO
ü Para
quem pretende explorar roteiros não convencionais.
AGÊNCIAS DE TURISMO
Quem preferir a comodidade das agências, há várias que fazem todo tipo
de tour – desde os tradicionais pelo
Centro até viagens para vinícolas e outras cidades próximas.Também oferecem transfers.
Deixo aqui o link de duas grandes,
onde você pode até comprar os passeios on
line: TURISTOUR e TURISTIK.
PREÇO
ü Varia
conforme o tour – começa em $20.000
pesos (cerca de R$ 80) por pessoa.
RECOMENDO
ü Para
quem não quer se estressar com nada!
ü Para
quem vai às estações de esqui.
ü Para
ir a Viña del Mar e Valparaíso com dificuldade zero.
ü Pessoas
de idade ou com alguma dificuldade de locomoção.
ü Para
quem não se importa em pagar mais pelo conforto.
NÃO RECOMENDO
ü Para
quem não gosta de ficar “preso” a grupos e horários.
Estas são minhas dicas, espero ter
ajudado na sua escolha.
Faça seu próprio mix de transportes e boa viagem!
Se lembrar, volta aqui e conta pra gente como funcionou sua escolha! Pode ajudar outras famílias.
BLOGOSFERA
Nestes outros blogs, você tem
outras visões sobre o assunto:DIÁRIO DE VIAGEM, da Adriana Pasello, que viaja em família também – clique aqui.
MATRAQUEANDO, da Silvia Oliveira: aqui para sair do aeroporto e aqui para ir a vinícola Concha y Toro em transporte público.